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Como assim psicólogo não pode dar conselho?!

Foto do escritor: Joyce LeiteJoyce Leite


É muito comum as pessoas entenderem que psicólogo é um grande aconselhador. Esta compreensão pode levar ou não um paciente a procurar um profissional. Existe aquele que procura por


essa compreensão, por estar em um estado tão sensível e desesperador que acaba querendo pagar para alguém resolver o problema. Há aquele que não vai à psicoterapia porque tem muita gente que pode dar conselho sem custo.


Se você acredita que psicólogo é um aconselhador, não se sinta culpado, nós psicólogos precisamos orientar mais mesmo, divulgar nosso papel, pois ainda há muitos mitos.



O papel do psicólogo não é aconselhar.

Através de técnicas científicas o psicólogo trabalha as queixas associadas a conflitos internos de cada indivíduo. As técnicas utilizadas na psicoterapia são muitas e tem como objetivo promover/resgatar a autonomia, autoconhecimento entre muitas associadas ao desenvolvimento psíquico.


Aconselhar não é uma técnica utilizada pelo psicólogo?

A psicologia tem muitas abordagens cada psicólogo trabalha com uma abordagem com base científica diferente e cada uma delas tem suas técnicas científicas. Caso o conselho seja usado como técnica por algum psicólogo, este profissional, se qualificado e correto terá todo um parecer/compreensão embasada para que este movimento ocorra. Afinal, são cinco anos de formação, e ainda assim devemos nos especializar e sempre estudar, sempre se atualizar.


Em linhas gerais abaixo coloco motivos porque psicólogo não aconselha. Lembrando cada linha teórica tem suas técnicas e seus motivos para não utilizar conselho como técnica.


1 . Pode promover a dependência. Um bom profissional da psicologia não irá promover a dependência do psicoterapeuta, ao contrário, o objetivo é que o indivíduo consiga analisar cada situação e consiga lidar com as questões da forma mais saudável possível. A psicoterapia deve ajudar o paciente a compreender a situação, olhar de forma diferente para ela, compreende-la e assim identificar a melhor forma de se posicionar.


2. Diminuir a capacidade crítica. A psicoterapia não é uma mágica que o paciente irá lá e o psicólogo lhe dará a solução, o psicólogo ajuda o paciente compreender-se e com isso conseguir ajuda-lo a resolver a situação atual do paciente.


3. Submissão. O paciente pode seguir conselho repetindo um padrão de comportamento já estabelecido durante sua vida, se este padrão de comportamento está gerando sofrimento no paciente a psicoterapia não está ajudando a pessoa está alimentando um comportamento gerador de conflito.

4. Se o conselho apresentar mais sofrimento e consequências ruins, o paciente sentirá no direito de cobrar do psicólogo, uma vez que a responsabilidade do comportamento do paciente será direcionada ao profissional.


Em certa situação, dependendo do paciente o psicólogo pode direcioná-lo com certas regras apontando os motivos a fim de esclarecer um apontamento mais incisivo e objetivo. Devido ao estado emocional atual do paciente e a emergência da situação. Exemplo: uma pessoa muito comprometida com drogas, pode ser necessário informá-lo de forma mais clara que certo comportamento pode gerar maior sofrimento e pode inclusive leva-lo a morte (dependendo da situação). Com o tempo o processo psicoterápico ajuda o paciente a desenvolver autoconhecimento e autonomia para decidir por si mesmo a resolução de suas questões.

Quero terminar esse texto com deixando um trecho de um texto do escritor alemão Hermann Hesse:


"Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo."

Joyce Souza Leite
CRP 06/113205
Telefone (11) 97454-3643 (whatsApp)

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